O assunto de hoje é polêmica que existe
há tempos e está longe de ter uma solução definitiva. Quem nunca ficou
sem saber o que fazer quando, durante um encontro, a conta da noite
chega? A dúvida é cruel: segue-se a tradição social do “homem banca
tudo”, a velha máxima do “quem convida, paga”, a justiça da divisão em
partes iguais ou o modernismo da auto-suficiência feminina?
Não há resposta certa pré-definida para a
questão, e a opinião é bem dividida. É só dar uma olhada nas
comunidades sobre o assunto no Orkut para ver que não há consenso.
Quando estava escrevendo este post, a comunidade “Homem tem que pagar a
conta” estava com 5.607 membros, e a comunidade “Mulher também paga a
conta” estava com 6.122 membros, fora outras inúmeras comunidades
menores sobre o assunto. E há argumentos que sustentam todos os
posicionamentos.
Existem aqueles danadjenhos e danadjenhas
que são machistas ou defensores árduos do extremo cavalheirismo
(posturas que, aliás, são separadas por uma linha tênue e até se
confundem, o que será objeto de post futuro), que entendem que arcar com
as despesas é tarefa do homem. Têm como fundamento a tradição.
O oposto deste posicionamento está com
partidários do feminismo, que sustentam tanto a divisão dos custos entre
lindinho e lindinha quanto o suporte total dos custos pela garota,
especialmente quando o convite parte dela. A justificativa para este
comportamento está na famosa “igualdade de sexos” e na independência
feminina conquistada ao longo do tempo, que permitiu que as mulheres
pudessem alcançar mais facilmente a autosuficiência financeira.
E aí? Como deve o homem se portar diante
de sua garota, sem saber exatamente a qual das correntes acima ela
pertence? Não há uma receita pronta, mas vamos no post de hoje reduzir
ao máximo esse problema e dar dicas para que vocês, meus lindinhos,
possam lidar com as mais diferentes situações, sem frescuras, e ainda
ganhando pontos com suas garotas. Vamos lá?
Existem apenas dois elementos que atraem
de forma quase irremediável a responsabilidade unilateral pelo pagamento
da conta: acordo prévio e peso da conta/capacidade de pagamento. Apesar de raro, é possível que você e sua garota conversem antes sobre quem irá pagar as despesas. Não, lindinho, esta não é uma sugestão nem dica do que fazer, muito pelo contrário.
Abordar o assunto assim, de cara, é bola fora. Mas isso pode acontecer,
especialmente se você vai sair com alguém que já conhece há muito
tempo, com quem tem boa intimidade, e o assunto surge de forma natural
(como nos casos de grandes amigos de longa data que, em um dado momento,
acabam percebendo que pode rolar algo mais entre eles). Nestas
situações, deve prevalecer o que foi acordado. Outra situação que atrai a
responsabilidade pelo pagamento é quando você chama sua garota para um
passeio em que a conta vai sair extremamente salgada e/ou é incompatível
com a situação financeira dela. Nestes casos, o ideal é que você se
prepare para arcar com as despesas sozinho. Afinal, nada impede que você
planeje um encontro dos sonhos se você tem condições de bancar; o que
não vale é transferir esse seu desejo para sua garota, porque de um
“encontro dos sonhos” a saída pode virar “a hora do pesadelo”. Então,
tenha bom senso: se escolher alguma coisa que está fora das
possibilidades financeiras da sua garota, arque com todos os custos, sem
pensar sequer meia vez.
Fora isso, o segredo para evitar problemas e constrangimentos é: sempre esteja preparado para pagar a conta sozinho.
Pode ser que na hora a sua garota divida a conta com você, mas pode ser
que ela seja partidária da idéia de que o homem é quem deve pagar a
conta. Então, na dúvida, planeje tudo para se encaixar dentro das suas
possibilidades, o que irá te livrar de situações constrangedoras.
Excluindo as duas hipóteses que atraem
para você a responsabilidade pelo pagamento, e estando preparado para
assumir a conta sozinho caso seja necessário, você está em terreno
seguro. Agora, vamos analisar cada uma das etapas de possíveis
relacionamentos para traçar a melhor estratégia sobre a conta:
No primeiro encontro
O
ideal é seguir a velha máxima do “quem convida, paga a conta”. Você,
como bom cavalheiro, vai estar preparado para pagar a conta sozinho,
afinal, você escolheu um lugar que tem um custo compatível com o seu
orçamento e quer ser cavalheiro com sua garota. Não pense sequer meia
vez em dar algum tempo para sua garota dizer se quer ou não dividir a
conta. Procure agir com naturalidade quando da chegada da conta, e já
providencie o pagamento. Isto passa a idéia de segurança para sua
garota. Se ela achar que sim, o homem deve pagar a conta, ela vai ficar
calada e você ganhará pontos com ela. Se ela achar que a mulher deve
contribuir ou arcar sozinha com as despesas, ela irá se manifestar.
Diante disso, caberá a você agir como achar melhor, principalmente a
partir da análise do comportamento dela e de como ela manifestou seu
interesse. Uma insistência de sua parte em pagar a conta sozinho sempre
cai bem, mas uma insistência educada, algo como “Se você não se
importar, eu gostaria de lhe fazer esta gentileza, pelo menos na noite
de hoje”. Pronto, você marcou para sua garota que é um ato de
cavalheirismo, e não de machismo, e deixou aberto o caminho para que
outras despesas futuras sejam divididas. Foi seguro, educado e
atencioso. Se a dama insistir em contribuir, não há mal nenhum em
aceitar. Aceitar ou não a ajuda depende de você. Pode ser que sua garota
aceite e diga que a próxima é por conta dela. Neste caso, no segundo
encontro, vá novamente preparado para pagar a conta (o seguro morreu de
velho!), mas se ela se manifestar para arcar com as despesas, você pode
aceitar a retribuição da gentileza do primeiro encontro (o que muitos
homens simplesmente não conseguem fazer) ou insistir na divisão. Depende
da sua análise da situação. Um último alerta: circula entre as mulheres
a lenda de que o homem que se oferece para bancar a conta o faz com a
intenção de levar a mulher para a cama (como se estivesse pagando pelo
sexo). Faça o possível para evitar essa idéia, lindinhos… Por mais que
em alguns momentos a sua intenção seja mesmo terminar a noite em
ambiente mais íntimo, não deixe que seu ato de cavalheirismo seja
confundido com um ato de compra de favores sexuais!
Encontros seguintes
Tudo
correu bem no primeiro encontro, e vocês estão programando várias
saídas. Vale aqui a mesma regra geral: esteja sempre preparado para
arcar com os custos daquilo que você propôs como programa. E aqui se
espera que a mulher já se movimente no sentido de se oferecer para
bancar alguma coisa ou dividir a conta. Se ela não se movimentar, e você
quiser e/ou não se importar em continuar bancando, tudo bem. Se ela não
se oferecer para bancar algo ou dividir a conta, e você se sentir
incomodado (ou achar que ela é só uma interesseira, o que infelizmente é
possível), a estratégia é simples: ao discutir as possibilidades de
encontro, diga que gostaria muito de vê-la, mas que você teve gastos
inesperados e está com o orçamento limitado. Se ela realmente estiver
interessada em você e não no que você paga para ela, ela irá se oferecer
para dividir os custos ou propor outro programa mais barato, que se
adapte à realidade financeira dos dois. Começar a dividir a conta, já
neste estágio, é saudável: não pesa no orçamento de ninguém e já começa a
preparar o terreno para um eventual relacionamento saudável baseado no
companheirismo. Se você está sem grana e sua garota se dispõe a bancar
as saídas, você pode aceitar. Não se esqueça, entretanto, de retribuir a
gentileza de alguma forma: vale presenteá-la com um livro que ela
queira, com flores (ou uma única flor, o que é lindo!), ou mesmo
preparar um jantar legal para ela. O importante é não perder a chance de
ter momentos com sua garota e não deixar de retribuir a gentileza que
ela fizer, ainda que você retribua de outra maneira.
Namoro e etapas seguintes
Depois
de algum tempo de convivência, já dá pra saber a situação financeira de
cada um e também as preferências. A situação financeira de cada um, o
perfil do casal, as experiências anteriores e o modo como construíram a
relação são os elementos que deverão ser considerados para definir quem
irá pagar a conta. No entanto, fica a dica: a saída que menos gera
problemas futuros é construir o relacionamento sob a bandeira do
companheirismo, o que inclui dividir custos. Não precisa dividir cada
conta individualmente; mas se hoje você pagou o restaurante, na próxima
sua namorada pode pagar, e assim sucessivamente. Dessa forma, os
elementos para possíveis discussões futuras são reduzidos (ninguém vai
jogar na cara do outro que banca tudo e outro só aproveita), e os dois
contribuem de maneira justa para a diversão do casal. Se há uma
disparidade considerável entre a situação financeira dos dois, o ideal é
sempre pontuar quando você não tiver condições de ajudar nos custos ou
pagar a conta inteira. Transparência sempre! Desse jeito muitos
problemas são evitados e vocês vão conseguindo achar maneiras de superar
essa diferença, bolando programas que atendam as necessidades e
respeitem as limitações.