o excesso de afazeres do dia a dia, o sexo acaba ficando em segundo plano até nos pensamentos
Se a academia, o supermercado e reuniões de trabalho sempre têm um
lugarzinho na agenda, por que não aproveitar e incluir o sexo na lista
dos afazeres do dia? Segundo especialistas, a primeira causa da falta de
apetite sexual é não pensar em sexo; não tê-lo como uma das prioridades
da vida. "É preciso saber usar o sexo pelo sexo --e não para obter
favores,Com manter um relacionamento que vai mal, impor poder ou se sentir
amado", afirma o psicólogo Oswaldo Rodrigues Jr., diretor e
psicoterapeuta do Inpasex (Instituto Paulista de Sexualidade).
"O desejo tem de ser cultivado ao longo do dia", segundo Carolina
Ambrogini, ginecologista, sexóloga e coordenadora do Projeto Afrodite da
Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). O cansaço cotidiano pelo
excesso de compromissos deixa as pessoas fadigadas, sem energia e sem
tempo para estímulos sexuais.
Quanto menos
planejar e fazer sexo, menos espaço ele terá, porque mais as pessoas
buscarão satisfazer outras necessidades e prazeres, como trabalhar,
estudar, ganhar dinheiro, viajar, jogar, malhar, comer, conversar, ir a
festas, beber com amigos. Só que o dia tem apenas 24 horas, e o sexo faz
bem.
Posições que ajudam a superar obstáculos que atrapalham o sexo
A dica, para quem ainda não perdeu seu apetite por completo, é cuidar
da saúde (hormonal, principalmente), gostar de sexo (ou descobrir um
jeito de gostar), buscar soluções quando há baixa autoestima,
dificuldades no relacionamento e falta de prazer --conversando com o
parceiro ou fazendo terapia.
"Invista na intimidade, aprendendo
a concentrar energias no prazer que o sexo pode dar", diz a psicóloga e
diretora de publicações da Sbrash (Sociedade Brasileira de Estudos em
Sexualidade Humana), Ana Canosa. "Quando estamos mais perto da natureza
e temos mais tempo para relaxar, o corpo e a mente ficam menos tensos, o
que é bom para o desejo".
Inimigos da libido
O hipotiroidismo, o uso constante de substâncias como antidepressivos,
inibidores de apetite ou mesmo o alcoolismo e o tabagismo afetam o
apetite sexual. "Se a disfunção é hormonal, podemos prescrever
testosterona para os homens; já no caso das mulheres, não há medicação
aprovada por órgãos de regulação, nem no Brasil, nem nos EUA", explica a
especialista da Unifesp.
Ler contos e
assistir a filmes eróticos, escutar música romântica, reservar um tempo
para jantar são passatempos que instigam a criatividade e não permitem
que a passagem dos anos, o desgaste do relacionamento, a perda da paixão
e do encanto e a mesmice do sexo tomem conta da vida a dois.
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Se um não quer, dois não fazem
Quando um dos membros do casal tem o desejo, mas o outro não, o melhor é
buscar ajuda, se a intenção é salvar o relacionamento. Dependendo da
origem do problema, pode ser tratado por um médico, terapeuta ou os
dois.
O Projeto Afrodite, da Unifesp, apesar
de estudar principalmente a sexualidade feminina, também ajuda os homens
--com psicólogos, seções de fisioterapia e consultas médicas.
"Pedimos exames que nos dão uma visão global do paciente; investigamos
sua vida desde a educação recebida, seus traumas, tabus, preconceitos,
dosagens hormonais, doenças crônicas que possam interferir na
sexualidade e causas sociais mais profundas, como pessoas que foram, um
dia, vítimas de estupro", enumera a ginecologista e sexóloga. As causas
da falta de apetite sexual são muitas e variadas.
Para Oswaldo Rodrigues Jr., o melhor tratamento para quem já perdeu o
apetite sexual é o autoconhecimento. "Em nossa cultura, ser homem ainda
implica necessitar de mais sexo". Essa cobrança é um bom exemplo de como
motivos psicossociais interferem no desejo.
Assim, quem está sem fome de sexo e precisa se autoconhecer deve, antes,
buscar saber que regras sociais ou valores culturais impõem padrões ao
seu comportamento sexual, e em até que ponto tais regras castram seus
desejos mais íntimos e verdadeiros. Isso apontará para as fantasias que
podem ser vividas com mais frequência.
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Questione-se e mude os hábitos
É preciso olhar para dentro de si mesmo e fazer muitas perguntas: como
me relaciono com meu par? Como é o meu dia? Tenho tempo ou me dou um
tempo para planejar o sexo? Que características individuais ou
disfunções físicas, hábitos e vícios poderiam estar interferindo em meu
apetite sexual? Há espaço para fantasias em meu dia a dia? Essas são
questões essenciais.
A busca de uma alimentação mais
equilibrada e atividade física também fazem diferença, além de
reorganizar a agenda e deixar rolar: "Se foi bom, você pensará nisso no
dia seguinte e sentirá vontade de repetir", afirma Carolina Ambrogini.
fonte:http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2013/03/29/identifique-e-combata-as-principais-causas-da-falta-de-desejo-sexual.htm