Você já se perguntou: será que o que eu sinto é amor? Se a
resposta foi sim, fique sabendo que você não está só. Questionar os
sentimentos é normal, mesmo para quem vive um relacionamento feliz.
Explicar o amor é difícil mesmo para a psicologia e a psiquiatria. "É muito mais fácil emprestarmos atributos para o amor do que defini-lo", diz o psiquiatra Eduardo Ferreira-Santos, doutor em ciências médicas pela Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).
*Do vendaval à calmaria
Explicar o amor é difícil mesmo para a psicologia e a psiquiatria. "É muito mais fácil emprestarmos atributos para o amor do que defini-lo", diz o psiquiatra Eduardo Ferreira-Santos, doutor em ciências médicas pela Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).
Para o psicólogo Ailton Amélio, professor do Instituto de Psicologia da
USP e autor do livro "O Mapa do Amor" (Editora Gente), essa insegurança
só aparece porque temos uma tendência a comparar o nosso afeto com um
sentimento idealizado, quando, na realidade, há várias maneiras de
percebê-lo e demonstrá-lo.
"Tem muita gente que ama sem intensidade. Esses sentimentos
avassaladores, que alteram os estados de consciência, não são para
todos. Muitas pessoas ouvem falar desse tipo de amor e, por não sentirem
nada tão forte, concluem que não amam", explica Amélio.
O psicólogo esclarece ainda que, enquanto alguns estão mais abertos a
se apaixonar e precisam de pouco estímulo do outro para se encantar com o
relacionamento, pessoas extremamente pragmáticas tendem a examinar
racionalmente as qualidades e defeitos do parceiro antes de se envolver.
Por conta dessa diferença, algumas pessoas podem não vivenciar o
sentimento tão intensamente quanto outras, ainda que todas se sintam
satisfeitas com a relação.
*Do vendaval à calmaria
A inevitável
passagem da paixão para o amor também pode causar dúvidas. Isso porque,
durante um período, que geralmente varia de seis meses a dois anos, o
apaixonado é movido por um desejo de estar o tempo todo com a outra
pessoa.
Porém, quando essa fase acaba, os sintomas psíquicos e físicos ligados à paixão, assim como a intensa atividade cerebral e hormonal, típicas desse estado, diminuem.
Porém, quando essa fase acaba, os sintomas psíquicos e físicos ligados à paixão, assim como a intensa atividade cerebral e hormonal, típicas desse estado, diminuem.
É
nesse momento que pode surgir a dúvida sobre a viabilidade de continuar
com o relacionamento. "Algumas pessoas precisam estar constantemente
apaixonadas. Outras vão permitir que o sentimento evolua, mudando suas
características para, de fato, amar", diz Amélio.
Com o final da paixão, até os mais românticos têm a
oportunidade de conhecer o outro como ele é, o que pode transformar o
encantamento em amor ou, então,em frustração.
"Quando você começa um relacionamento, é o melhor lado de cada um que se comunica. Mas a convivência evidencia as características reais de ambos, o que pode provocar estranhamento e a conclusão antecipada de que não vale mais a pena continuar", explica a terapeuta de casais Margareth dos Reis, doutora em ciências pela USP (Universidade de São Paulo). Porém, é a partir da decisão de persistir e de lidar com as frustrações que se começa a amar. "É preciso construir um relacionamento, ele não vem pronto", diz.
"Quando você começa um relacionamento, é o melhor lado de cada um que se comunica. Mas a convivência evidencia as características reais de ambos, o que pode provocar estranhamento e a conclusão antecipada de que não vale mais a pena continuar", explica a terapeuta de casais Margareth dos Reis, doutora em ciências pela USP (Universidade de São Paulo). Porém, é a partir da decisão de persistir e de lidar com as frustrações que se começa a amar. "É preciso construir um relacionamento, ele não vem pronto", diz.
O amor também pode variar de
acordo com o momento que cada pessoa está vivendo. "Tem horas que amamos
mais, outras que amamos menos. Quando você está com raiva ou muito
preocupado com o trabalho, por exemplo, o cérebro libera espaço para que
você consiga lidar com outras situações. Não devemos, portanto, tirar
conclusões a partir dessas oscilações", explica Amélio.
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