A DOENÇA DO MAU HUMOR
Se uma nuvem pesada de impaciência e irritação ronda seus dias e nada lhe dá prazer, cuidado! Esses sintomas constantes caracterizam a distimia, um transtorno mental que se manifesta por um eterno descontentamento
POR ALEXSANDRA FARIAS / FOTOS FERNANDO GARDINALI
Irritação, raiva, cara feia: quem nunca sentiu esse desconforto, essa sensação de explosão iminente? Perder a esportiva quando o carro quebra no trânsito ou quando o craque do seu time de futebol desperdiça um pênalti é normal. No entanto, se este estado de espírito ranzinza for rotineiro, independentemente de ocorrer algo bom ou ruim, o diagnóstico pode ser distimia - ou simplesmente a doença do mau humor. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 3% da população do planeta - cerca de 180 milhões de pessoas - sofrem com esse distúrbio. Trata-se de um transtorno mental que se manifesta por um eterno descontentamento. O distímico tem sentimentos de pessimismo e inadequação, angústia, autocrítica exacerbada, baixa auto-estima, cansaço constante, ceticismo, desesperança, preocupação, não sabe lidar com frustrações, sente-se preterido, rejeitado, raivoso...
Lembra muito o temperamento do personagem Saraiva - criado pelo comediante Ary Leite, na década de 50, e atualmente interpretado pelo ator Francisco Milani no programa Zorra Total, na Rede Globo -, que leva a vida excessivamente a sério, bradando o bordão 'Tolerância Zero'. "A distimia é um tipo de depressão com sintomas leves ou moderados que persistem por pelo menos dois anos consecutivos. Atinge todas as faixas etárias, classes sociais e sexos. Em geral, começa no início da vida adulta", afirma o psiquiatra Ricardo Alberto Moreno, coordenador do Grupo de Doenças Afetivas (Gruda), do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Mais sujeito a distúrbios
Desencadeado por um desequilíbrio na atividade química do cérebro, o problema se instala sem avisar. "Ele provoca uma mudança lenta de comportamento. O distímico desenvolve normalmente suas atividades diárias, continua trabalhando, porém com baixo rendimento", explica o psiquiatra Aderbal Vieira Jr., da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Não se detecta distimia em exames de sangue, tomografias ou ressonâncias magnéticas. Somente um especialista é capaz de diagnosticar o mal através de uma avaliação psiquiátrica, ou seja, uma averiguação do comportamento de cada pessoa e sua resposta a estímulos. "A doença surge por vários motivos, entre eles a vivência de situações desgastantes no dia-adia. Se seu início for precoce, ou seja, antes dos 21 anos de idade, ela é considerada hereditária. Quando ocorre mais tarde, está associada a fatores de ordem biológica, física, psicológica ou social. Indivíduos submetidos a estresses constantes, por exemplo, podem adquirir a doença com o passar do tempo", conta Moreno.
Mas como diferenciar uma pessoa distímica da mal-humorada comum? A resposta vai além da cara amarrada. Aquela que sofre com a patologia não tem capacidade psicológica de modular seu humor - sempre inadequado à situação real e com intensidade e duração prolongadas. Em outras palavras: não depende de força de vontade ou de pensamento positivo. "Costumo dizer que é uma doença que interfere diretamente na qualidade de vida de seus portadores. O distímico anda sempre de mal com a vida, mesmo sem motivos aparentes. Nada está bom e tampouco o deixa feliz. Para piorar, são mais suscetíveis a desenvolver doenças cardiovasculares, câncer, distúrbios imunológicos e problemas na sexualidade por falta de libido", alerta a psicóloga Aziran Souza de Magalhães, do hospital Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Também podem apresentar dificuldade de atenção, concentração e raciocínio, alteração do apetite e sono e queixas físicas, como náuseas, enxaqueca, dores nas pernas e estômago, prisão de ventre e diarréias.
Quando não tratado, o distímico corre o risco até de morte por abuso de álcool e drogas ou suicídios. "A doença ainda pode evoluir para a chamada depressão dupla, isto é, quando o paciente passa a apresentar quadros depressivos mais graves", diz o psiquiatra Elko Perissionotti (SP).
DICAS PARA ELEVAR O ASTRAL | ||
Dedique-se
regularmente a atividades de lazer, trabalho e sono Alimente-se de forma adequada Pratique exercícios físicos Tenha relações íntimas e de confidência Evite o uso excessivo de substâncias que estimulam o cérebro, como álcool, café, cafeína e tabaco Terapias complementares, como acupuntura, podem ajudar Apaixone-se!
FONTE: RICARDO ALBERTO MORENO, ADERBAL VIEIRA JR. E ELKO PERISSIONOTTI,
PSIQUIATRAS
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fonte: http://revistavivasaude.uol.com.br/Edicoes/15/artigo9200-1.asp
FICA AQUI UMA DICA:
Vivα, αme, pense, sorria ...
O importαnte é αproveitαr todos os momentos que
a vida lhe proporciona, principalmente se você for previlegiado(a) de estar com alguém bem humorada ao seu lado.
Entαõ sintα α VIDA, e VIVA dα melhor mαneirα
possível!
Para você não ficar sozinho(a), desolado(a) ou
dentro de uma sala fazendo terapia.
Tudo começa com um pensamento funcional (bom pensamento), este pensamento faz com que nossa estrutura cognitiva interprete a pessoa ou situação ao nosso redor de forma positiva. A partir daí, o cérebro, através da sua atividade, libera para o corpo sensações de bem-estar, como resultado, sorrimos. Por isso, preste atenção nos seus pensamentos, eles são responsáveis por nossas sensações e sentimentos.
ResponderExcluirViviane - SP