segunda-feira, 15 de abril de 2013

AMAR E SER AMADO

 
As pessoas cada vez mais, estão percebendo a necessidade de se voltarem para o cuidado com os relacionamentos, com as nossas características humanas que estão já há muito tempo sendo negligenciadas, esquecidas, reprimidas.
Diante de tantos acontecimentos assustadores que diariamente tomamos conhecimento, cresce a vontade de se ter tranqüilidade, de se sentir bem estar, de se conseguir ser feliz, de se viver de maneira mais harmoniosa.
Queremos e precisamos de demonstrações sinceras de afeto, de bem querer. Estamos percebendo que a nossa carência é incômoda, que por mais que adquirimos bens materiais, ela não diminui de verdade, apenas atenua um pouco, e por pouco tempo.
Durante muito tempo, houve uma corrida enlouquecida, desatinada, direcionada unicamente para a evolução intelectual, para se obter sucesso, respeito profissional, enriquecimento material.
A competitividade é estimulada em todos os setores, de uma forma extremamente convincente. Somos estimulados a enxergar como possíveis inimigos, e tratar como adversários, como rivais, não só aqueles com quem convivemos no local de trabalho, ou aqueles que encontramos pelas ruas. Mas a todos os que nos cercam.
São parceiros afetivos, ignorando a importância de se ser cúmplices e companheiros na relação, e se posicionando nos relacionamentos, como adversários, cada um querendo superar, e quando for o caso, até mesmo derrubar e passar o outro para trás. Ou impedi-lo de crescer, de desenvolver e usar suas capacidades.
São mães competindo com as filhas, pais competindo com os filhos, e vice versa. Para alcançar aquilo que dizem ser a vitória: ser melhor, mais bonito, mais inteligente, mais produtivo, mais eficiente, mais bem colocado no âmbito profissional.
São tantos mais que devemos ser, para nos sentirmos vencedores de alguma coisa nesta competição enlouquecida que ingressamos! E como resultado, deixamos de AMAR e SER AMADO(a) e com isso estamos cada vez mais, constantemente ansiosos, temerosos, desconfiados, solitários, depressivos e com medo!
E menos seguros, menos tranqüilos, menos felizes. E distantes de tanta coisa realmente importante e satisfatória.
Quantas vezes nós deixamos de dizer palavras afetuosas para as pessoas que amamos. Para não corrermos o risco de nos sentirmos por baixo, não fortalecer o ¨inimigo¨ e como conseqüência, quantas demonstrações de verdadeiro afeto deixamos de receber!
E como nos sentimos mais fracos e frágeis pela ausência de carinho, de nos sentirmos amados! Quanta dificuldade temos, em expressar os sentimentos bons que trazemos dentro de nós! Como, muitas vezes, é bem mais fácil sermos ríspidos e agressivos com as pessoas com as quais convivemos. Para reforçar a carência, o sentimento de baixa auto estima dos ¨adversários¨, e assim me fazer ter a falsa impressão de que ¨estou por cima¨, na frente, ¨dando as cartas¨, detendo o poder!
E nós ficamos querendo e tendo tanto amor, nos sentindo tão carentes, tão necessitados de afeto e respeito.
E com toda certeza, quem está do nosso lado também!
Maria Aparecida Francisquini
Psicóloga

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